Os mercados de ações europeus encerraram o dia em queda nesta segunda-feira, refletindo as preocupações crescentes com a intensificação de uma guerra comercial.
A volatilidade foi desencadeada pelo anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que seriam aplicadas tarifas de 25% sobre o Canadá e o México, além de uma taxação de 10% sobre produtos da China.
A União Europeia também foi mencionada como possível alvo de novas tarifas, o que gerou protestos e alertas de retaliação por parte dos líderes europeus.
As bolsas, inicialmente, recuaram mais de 2% na abertura das negociações, mas conseguiram reduzir as perdas com a possibilidade de negociações sobre o tema.
O dia também teve a publicação do índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro, que superou as expectativas.
Reações e Ameaças de Retaliação
A Comissão Europeia alertou que tomará medidas firmes contra qualquer nação que imponha tarifas consideradas injustas ou arbitrárias contra produtos da UE.
Segundo um porta-voz do órgão, eles lamentam a decisão dos EUA e afirmaram que tarifas causam "perturbações econômicas desnecessárias".
O ministro da Indústria da França, Marc Ferracci, sugeriu uma resposta contundente e a criação de um "Buy European Act".
As tarifas impostas pelos EUA ao Canadá e México são preocupantes e aumentam a incerteza econômica para a Europa. — François Villeroy de Galhau, dirigente do Banco Central Europeu
Impactos nos Mercados Europeus
O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou em baixa de 0,95%, totalizando 534,38 pontos.
Em resposta, diferentes bolsas europeias apresentaram quedas significativas.
Em Frankfurt, o DAX caiu 1,50%, chegando a 21.405,12 pontos.
O mercado em Milão, representado pelo FTSE MIB, desvalorizou 0,69%, marcando 36.218,98 pontos.
Já em Madri, o Ibex35 decresceu 1,30%, finalizando em 12.207,70 pontos.
Lisboa também viu o PSI 20 recuar 0,89%, atingindo 6.466,51 pontos.
Fora da zona do euro, o FTSE 100 de Londres caiu 1,04%, acumulando 8.583,56 pontos.
Perspectivas para o Futuro Econômico
De acordo com a Capital Economics, os dados recentes do CPI da zona do euro não deverão alterar a política de juros do BCE no curto prazo.
A instituição argumenta que a persistência da inflação de serviços elevada indica que o BCE continuará a diminuir os juros em pequenos passos.
O cenário político também se agitou, com o partido França Insubmissa expressando sua intenção de apresentar uma moção de censura contra o governo do primeiro-ministro François Bayrou, acusando-o de buscar um orçamento ainda mais austero que o de seu antecessor.