O dólar Ptax registrou uma queda de 5,85% em janeiro, a mais expressiva desde março de 2022, quando a baixa foi de 7,81%.
Nos três meses anteriores, a moeda havia apresentado aumentos consecutivos: 6,05% em outubro, 4,77% em novembro e 2,29% em dezembro.
Expectativas de Juros e Impacto no Câmbio
Mesmo com a redução de janeiro, a valorização anual do dólar permanece significativa, atingindo 17,70%.
A taxa Ptax, utilizada como referência em operações de câmbio, exibe essas variações mensais a partir do início de 2022.
Um dos fatores para a desvalorização do dólar em janeiro foi a expectativa de um aumento no diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos.
No final de janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic para 13,25% ao ano.
Com isso, os rendimentos dos ativos de renda fixa se tornam mais atrativos, atraindo mais investimento estrangeiro.
Dados da B3 mostram que, entre 1 e 29 de janeiro, o fluxo internacional para a Bolsa brasileira foi positivo em R$ 4,1 bilhões.
Influência Internacional e Perspectivas para Fevereiro
O aumento do capital estrangeiro contribui para a redução da pressão sobre o câmbio. A ausência de notícias significativas do Congresso, devido ao recesso parlamentar, também influenciou o mercado.
A decepção com o pacote de cortes de gastos do governo em dezembro foi um dos fatores que impulsionaram o dólar comercial a ultrapassar R$ 6.
Além disso, o início do mandato de Donald Trump nos Estados Unidos trouxe um tom econômico mais moderado.
A tarifa de 10% sobre importações chinesas, abaixo dos 60% prometidos em campanha, também foi um ponto de atenção.
“Por aqui, o foco volta-se para a pauta fiscal e as políticas econômicas do País, além do acompanhamento da política monetária e do fluxo de entrada de recursos vindos do exterior, fatores que podem impactar diretamente a precificação dos ativos”
Para fevereiro, a política tarifária dos EUA continua sendo um elemento crucial para o dólar.
Além disso, as políticas fiscais e econômicas do Brasil, junto à política monetária e ao fluxo estrangeiro, serão determinantes para a precificação dos ativos.